Cirrose hepática e suas complicações

A cirrose é uma doença de caráter crônico que se caracteriza por substituição progressiva do tecido normal do fígado por fibrose, causando alterações na sua arquitetura e, posteriormente, prejuízos à sua função. Os principais fatores relacionados ao desenvolvimento da cirrose são as infecções crônicas pelo vírus da hepatite B e C, o abuso de bebidas alcoólicas e a doença hepática gordurosa não alcoólica.
Por um longo período de tempo, a evolução da cirrose pode ser oligossintomática ou assintomática (pode passar quase despercebida). Quando há progressão da doença, os sintomas começam a aparecer. Entre as principais manifestações clínicas podemos destacar perda de peso, dor e inchaço abdominal, sangramentos, olhos e pele amarelados (icterícia), urina escura e inchaço de membros inferiores.
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Nos casos de doença mais avançada, podem ocorrer algumas complicações que são indícios de mau prognóstico e de aumento da pressão portal. O aumento da pressão na veia porta contribui para duas das mais importantes complicações da cirrose: ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal) e sangramento digestivo por ruptura de varizes esôfago-gástricas (veias anormalmente dilatadas no esôfago e estômago). A ascite pode progredir para um quadro de peritonite bacteriana espontânea, que é a infecção do líquido ascítico. Além disso, pacientes com cirrose podem também apresentar anormalidades da coagulação, manifestações neuropsíquicas (encefalopatia hepática) e quadros de injúria renal (síndrome hepatorrenal) decorrentes da disfunção do fígado. Ao longo do tempo, pacientes com cirrose apresentam risco aumentado de desenvolver tumores de fígado, como o carcinoma hepatocelular.

O tratamento das complicações decorrentes da cirrose hepática é essencial para melhorar a sobrevida e qualidade de vida dos pacientes. A Dra. Nathalie Carvalho Leite explica que o primeiro passo é sempre eliminar o agente agressor para evitar a progressão da doença. O tratamento definitivo da cirrose é possível apenas através de um transplante de fígado, para os casos de maior complexidade, mas atualmente existem diversas abordagens tanto diagnósticas como terapêuticas que melhoram significativamente o quadro clínico e controlam a progressão da doença.

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