A esteatose hepática, conhecida popularmente como gordura no fígado, é definida pelo acúmulo excessivo de triglicerídeos nas células hepáticas. A esteatose é um sinal de alerta para o comprometimento da estrutura e do funcionamento do fígado e pode ter diferentes causas, sendo as principais, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e alterações metabólicas.
Chamamos a esteatose ligada a um ou mais dos fatores metabólicos de doença hepática gordurosa não alcoólica. Em grande parte dos casos, a doença hepática gordurosa não alcoólica está relacionada a hábitos e estilo de vida inadequados, como alimentação desregulada, sedentarismo, obesidade, diabetes, colesterol elevado e hipertensão arterial. Além disso, outros fatores também podem contribuir para o acúmulo de gordura no fígado, como mudanças abruptas de peso, inflamações crônicas do fígado, uso de medicamentos, síndrome do ovário policístico, apneia obstrutiva do sono, hipotireoidismo e gestação.
Os estágios iniciais de esteatose costumam ser assintomáticos. Alguns pacientes costumam relatar dor em peso no lado direito do abdômen e fadiga. Apesar de sua natureza geralmente silenciosa, a doença hepática gordurosa não alcoólica pode progredir. Em alguns casos, além da gordura, pode surgir inflamação e fibrose, que é um de processo ativo de lesão hepática. São os pacientes com essas características específicas que evoluem, ao longo dos anos, para cirrose e, menos frequentemente, para o câncer de fígado.
Nos estágios mais avançados da doença, as repercussões estão então relacionadas à cirrose hepática. Nesses casos, os principais sinais e sintomas são fadiga, sangramentos anormais, icterícia (pele e olhos amarelados), fezes esbranquiçadas, confusão mental ou torpor, inchaço de membros inferiores e aumento do volume abdominal por acúmulo de líquido abdominal.
O manejo adequado da esteatose hepática requer a identificação das causas subjacentes e avaliação e tratamento das doenças metabólicas associadas.
De acordo com a Dra. Nathalie Carvalho Leite, o tratamento deve ser direcionado primeiramente para redução de peso com acompanhamento nutricional adequado e atividade física regular. Além disso, é importante garantir uma abordagem multidisciplinar no tratamento da esteatose e o uso de medicamentos pode ser indicado em casos especiais, sob orientação médica.