Avaliação não invasiva da fibrose hepática

A avaliação do grau de fibrose hepática é essencial para o manejo e acompanhamento dos pacientes portadores de doenças crônicas, visto que estes apresentam maior potencial de evoluir para quadros de cirrose, insuficiência hepática e hepatocarcinoma.

O método padrão-ouro de avaliação de fibrose continua sendo a biópsia hepática. No entanto, nos últimos anos surgiram novas ferramentas não invasivas que permitem avaliar de forma satisfatória a saúde dos tecidos hepáticos, reduzindo o risco de sangramentos e complicações. No diagnóstico de fibrose avançada, vários escores simples que consistem em exames bioquímicos e características clínicas podem ser empregados: APRI, FIB-4, NAFLD. No entanto, todos eles foram melhores em excluir do que em confirmar a presença da fibrose avançada. Sendo assim, a melhor estratégia consiste em combinar um desses testes amplamente disponíveis com uma das novas técnicas radiológicas baseadas em elastografia.

Um dos exames é a elastografia hepática transitória, conhecida por FibroScan®, um procedimento rápido e indolor, que consiste em utilizar uma sonda e um aparelho de alta tecnologia para medir a velocidade da onda no tecido. Quanto mais rápida for a propagação da onda, menor será a elasticidade, ou seja, maior o grau de rigidez e fibrose do tecido hepático. Os resultados são obtidos imediatamente e o procedimento é totalmente não invasivo. É possível também avaliar e quantificar a esteatose simultaneamente com o Fibroscan através de uma ferramenta conhecida como CAP ou parâmetro de atenuação controlada. A elastografia hepática transitória (Fibroscan) é o método com maior no de estudos na literatura, mas outros métodos também apresentam bom desempenho na avaliação da fibrose, como demais técnicas integradas a aparelhos de ultrassonografia.

Uma outra opção, a elastografia por ressonância, pode ter melhor desempenho em pacientes com índice de massa corporal muito elevado e na avaliação dos estágios iniciais de fibrose. A ressonância é o método não invasivo mais preciso para quantificar a esteatose hepática (gordura hepática).

De acordo com a Dra. Nathalie Carvalho Leite, esses novos métodos de avaliação de fibrose têm revolucionado o processo de tratamento e seguimento de pacientes portadores de doenças crônicas, permitindo maior agilidade no processo, além de apresentar os resultados de forma indolor e não invasiva, aumentando o conforto e a reduzindo o risco de complicações. É importante salientar que a biópsia hepática continua sendo um método importantíssimo no diagnóstico e tratamento de inúmeras doenças hepáticas, sendo indispensável em muitos casos.

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