As hiperlipidemias são caracterizadas pelo aumento de compostos gordurosos, acima de níveis normais, principalmente de colesterol e triglicerídeos. Esse desbalanço de lipídios na corrente sanguínea pode estar relacionado a um aumento desses compostos na circulação ou a redução do que chamamos de “bom colesterol”, conhecido por HDL.
As dislipidemias podem ser primárias ou secundárias. As primárias estão associadas a fatores genéticos, podem aparecer mais precocemente e normalmente apresentam múltiplos casos na família. O grande aumento dos níveis de colesterol em dislipidemias primárias pode cursar com o aparecimento de depósito de gordura nas pálpebras (xantelasmas) e nas palmas das mãos e plantas dos pés (xantomas). Já as dislipidemias secundárias estão mais relacionadas ao estilo de vida do paciente, como hábitos alimentares ruins, dieta rica em gordura e açúcar, e sedentarismo. Além disso, outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento de hiperlipidemias, como sobrepeso e obesidade, diabetes, hipotireoidismo, problemas biliares e renais.
As consequências de apresentar níveis elevados de colesterol e triglicerídeos podem ser preocupantes, visto que esse quadro está associado à aterosclerose e doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. Nos casos de triglicerídeos em altos níveis, há também maiores chances de desenvolver pancreatite.
De acordo com a Dra. Nathalie Carvalho Leite, o tratamento das hiperlipidemias deve primariamente incluir uma mudança de hábitos de vida, incluindo alimentos mais saudáveis na dieta e reduzindo o consumo de gorduras e açúcares; além disso, a prática de exercícios físicos também é fundamental nesse processo. Aliadas a isso, em muitos casos também serão necessárias medicações para a redução dos níveis de lipídios circulantes e para a prevenção de doenças cardiovasculares.